terça-feira, 15 de maio de 2012

É preciso saber beber - Parte 5


Anteriormente em "É preciso saber beber": Rosimeire estava aflita pois o exame de DNA que comprovaria que seu gato lulu Epaminondas é seu filho deu negativo. Todos nós sabemos que o resultado foi falsificado pela malvada Catarina Marcela. No núcleo popular, Adriana Kátia forjou um flagra, embebedando Silvério Jorge, o despindo e aparecendo nua ao seu lado no quarto e na cama do rapaz quando a namorada dele, Alzira Meire, entrou na cena. Cristino Heleno continua a se vestir de mulher para se livrar de uma situação difícil e Cleonilde Cândida quase descobre que a empregada da casa, Darnizete Lúcia, é a sua mãe biológica...

- Pérai? Para tudo! Cê bebeu? Não sabe que quando você for escrever pro blog você não deve beber? Tá parecendo que você tá escrevendo capítulo de toda novela da Globo! Sem tirar nem por! Vai escrever pro blog e para de beber! Essa merreca aí tem todo dia a mesma ladainha na televisão! Não precisam de você para escrever não!

- Bô, hic, guem dize gui eu bibi? Eu num bibi nada! Vozê guer gui eu vaço o guadro, gué?

- Não! Só quero que você comece a escrever. A postagem já começou e já tem gente lendo!

- Ops! Já tô melhor! (Hic)

- Capricha aí porque a audiência está aumentando!

Vou começar o capítulo falando dos efeitos colaterais da bebida. É, bebida tem efeito colateral! Quem bebe demais, passa mal depois, não tem jeito. E o primeiro efeito colateral é de falar coisas repetidas ou fazer promessas falsas:

"Aí! A partir de hoje: parei!", "Eu também parei", "Eu nunca mais bebo", "Eu vou esperar até amanhã".

E tem aqueles que vêem miragens. Os casos mais famosos são os dos bebuns que visualizam Nossa Senhora, anjos, gnomos, gênios e até louras de branco que pedem caronas em locais próximos a cemitérios. Mas os casos mais extremos são os de pessoas que olham para uma mulher bem feia, cara de bumbum de neném daqueles bem enrugados, e perguntam: "Aguela ali é a Ana Baula Arósio, é?" ou senão perguntam se é a Ana Paula Padrão querendo falar na Arósio. Vamos a alguns relatos de visões de bêbados:

"Vi uma mulher muito gostosa no ponto de ônibus. Ela estava de costa e carregava uma bolsa. Não resisti e fui mexer com ela. Era a minha sogra. Tomei uma bolsada na cara". 

Este pelo menos aprendeu sobre raciocínio lógico.

"Eu estava na mesa de um bar com os amigos, quando olhei para trás, assim, de relance, e vi uma mulher em pé tentando-se esconder por trás de uma árvore para que ninguém a visse fazendo xixi. Eu juro, era uma mulher, tinha cabelos compridos, uns braceletes nos dois antebraços, umas botas cheio de babilaques de metal".

Olha o Inri Cristo aí, gente!

Era um metaleiro, porra! No muito o Joe Ramone.

A miragem ou efeito colateral mais comum de as pessoas embriagadas apresentarem é a visão dupla. Geralmente quem bebe muito tem costume de ver duas versões da mesma coisa. O cara chega em casa e vê duas mulheres lhe abrindo a porta, dois rolos de amassar massa de pastel nas mãos dos quatro braços dela e ainda sente o objeto batendo em suas duas cabeças. E nenhuma delas é a não-pensante!

Um sintoma muito conhecido, analisando um bêbado, é o excesso de carinho. Beber em demasia é ficar bastante carismático e também transformar todo mundo em confidente e conselheiro de longas conversas, tem que estar com tempo e com toda a disposição para ficar plantado em um assento qualquer ouvindo as lamúrias e pedidos de conselho de um bêbado.

Leia alguns relatos de carismas proferidos por bêbados em estado deplorável.

"Sabe que eu gosto muito de você, né". Nesta ele falava com um poste.
"Eu (Hic) gosto docê pra caralho". Um cachorro que lambia a cara do bêbado ouviu essa jura.
"Porra, você é meu, cê sabe né, você é meu". Talvez o alvo desse afeto todo fosse o sapato que o bêbado perdeu e encontrara mais adiante.
Será que por algum motivo o Pepe-le-pew aí em cima tenha influenciado essas criaturas?

E um efeito colateral terrível é o pronunciar precoce, sem muito treinamento, de dialetos inexistentes, tornando ainda mais difícil a comunicação com o bêbado. Veja alguns termos muito observados em seres em total estado de embriaguês.

"Agui, vozê zabe zi agui bara o onbus gui vai bra minha gaza?" O sujeito estava dentro de um banheiro.
"Vou zentar agui e desganzar um bouguinho adé o dia amanhecê. Mija bra lá!". Era meio-dia e o tonto lá ia fazer um passeio na carroceria de um caminhão-pipa.
"Num mi imburra não. Num dô megendo gom ninguém, gué briga, vem". De frente para a vitrine de uma loja de roupas o bêbado encarava um manequim.
"Buda gui bariu, o gara berdeu um gol feido". O ébrio reparava um rapaz prudente desviar-se de um buraco na pista em obras marcado com dois pinos e uma faixa.
"Zê é veio ba garai, gabei de grê". O bebum falava diante de um espelho com alguém do outro lado.

Mas nenhum efeito colateral é maior (ou faz mais estragos) do que a falta de senso das coisas. Vamos ver alguns relatos:


  • "Meu marido abriu a porta do guarda-roupa de noite e despejou urina pensando que era o banheiro".
  • "O meu vomitou dentro da panela de pressão que estava cheia de macarrão com carne cozida. Tentei salvar a comida jogando para os porcos, mas eles recusaram".
  • "Meu pai deu um pulão na banheira de louça vazia pensando que era a cama dele".
  • "O meu encheu de arroz-doce o prato de feijão com macarrão".
  • "O meu falou com o vizinho que acabara de se mudar lá para o bairro para acordar ele no outro dia de manhã cedo achando que era a minha mãe".
  • "O meu vestiu a roupa de trabalhar dele pensando que era o pijama e urinou nela todinha".
  • "O meu deu um beijo na boca da minha avó pensando que ela é que era a minha mãe".
  • "O meu tirou o relógio e jogou dentro de um copo com água pensando que fosse a dentadura".
  •  "Nenhum dos seus ganha do meu: ele chegou em casa em uma viatura e os guardas queriam cobrar da minha mãe a corrida de taxi que ele achou que era o que ele tinha tomado".
Todos esses casos expressam bebedeira imediata de terceiro-grau, mas nenhuma abdução comprovada.

Para tentar salvar um emborrachado de uns escândalos desses existem os testes que podem ser aplicados antes que a bebedeira se torne mais contumaz e inevitável. Um desses testes é solicitar que ele faça o "4". Mas não é ele arrumar uma mulher que estiver ali presente e fazer aquela posição que colocamos aqui na postagem sobre o Kama Sutra dos bestas não. 

E também não é esticar quatro dedos de uma mão mantendo o polegar deitado. 

Consiste em pedir que o sujeito encoste o tornozelo de uma das pernas no joelho da outra e permaneça assim, sem apoiar em nada, por alguns segundos. Se ele não cair, pode deixar ele beber mais.
A agência de modelos Besteiras Blogs está contratando gente feia; 
Não perca essa oportunidade! Sai dessa vida de modelo de crachá apenas!

Há também o teste do bafômetro, que é pedir para que o beberraz assopre um aparelho medidor de álcool. Tem um monte de cantores, artistas de novela, jogadores de futebol e outros famosos por aí que conhecem bem esse artefato e parece que eles não apreciam muito usá-lo. Alguns recusaram o toque, só viram de perto, e aumentaram a fama por causa disso porque a mídia você já viu como faz barulho com pouca coisa né?

"Botar minha boca no lugar que todo mundo põe a dele, tá louco?". Disse um bêbado nojentinho desses. A boca dele deve tá reservada só para o bilau de costume!


Há de se ter bastante cuidado com essa avaliação pois o indivíduo pode querer beber também o aparelho. Ainda mais que ele lembra, assim, uma garrafinha de whisky de bolso de design sofisticado.

Por último pode-se preparar para o tomado de euforia alcoólica uma pequena surpresa, trocando o copo dele por um copo de leite, que lhe cortará o barato na hora e o fará querer começar tudo de novo.

Você pode fazer a troca durante o momento que começam as brincadeiras de mesa de boteco que você irá conhecer em nossa próxima lição. Mas antes você dará uma espiadinha na "Linguagem de Programação Besteirol" a próxima besteira do blog "As Besteiras Que Recebo". Esta você não pode perder! Nem morto! Vai tomar uma e depois volta para ver!

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