segunda-feira, 29 de setembro de 2014

A gente não sabemos escolher presidente: Muito além do Cidadão Kane

Em Minas há um candidato nestas eleições que usa um nome do tipo "Zé do Baseado", se eu entendi bem na vez que repentinamente ouvi ao passar pela sala onde fica a tevê na casa da minha mãe. No Maranhão há o Zé da Lamparina, que posa com uma lamparina na mão em sua apresentação na tevê e usa o bordão que sugere "eu levarei a luz para a política". E por aí vai.

Mas, por que isso existe? Por que o Supremo Tribunal Eleitoral não preocupa em corrigir isso e impedir o uso de nomes que impulsionam a chacotagem, a abilolação e infantilização do eleitor, além de dar uma demonstração de que o processo eleitoral e a política no Brasil não é coisa séria? Simples: Acontece a evasão de votos em candidatos de nível em detrimento dos que fazem uso do besteirol. Acontece também o voto em branco e o nulo, o apolitismo e o pensar quase unânime de que todos os políticos são corruptos e de que o processo eleitoral no Brasil é uma comédia.

Isso tudo faz com que o povo deixe o caminho da política livre para os políticos ruins e medíocres de sempre e permite a indecência das campanhas eleitorais idiotas e sem serviço que vemos desfilar principalmente na televisão. As quais em vez de seduzirem o eleitor apresentando propostas, gastam tempo e dinheiro público para veicular a tática do "combata a imagem do concorrente pra tentar derrubar os argumentos dele", que o povo sempre cai.

E o TRE quer que acreditemos que a urna eletrônica é séria. Gasta um esforço danado para apresentar  na televisão e no rádio argumentos para defender a integridade da urna, os quais são invalidados facilmente por quem conhece um pouco de informática, e não se previne contra falhas que anulam o esforço. Se não é sério nem os nomes dos candidatos que eles permitem o cadastro, vai ser qualquer coisa que falam para defender o sistema deles? Fica a sugestão para questionar aqueles que não sacam muito de informática.

Não vote em candidato com nome, jargâo ou imagem chulos ou cômicos. São avatares da corrupção e da colonização do brasileiro. Isso é tática para manter a política com a fachada que conhecemos e o brasileiro com o status de que não sabe votar e para prejudicar seu próprio futuro. Outro cuidado que se deve tomar é o de não votar em quem ataca concorrente em vez de apresentar seus projetos para o eleitor analisar.

Essa jogada, anti-democrática ao meu ver, patrocina as mais incríveis articulações da mídia. Há uma, também em Minas, em que a propaganda política usa o nome da Revista Isto É para denegrir a imagem do candidato petista ao governo de Minas. Implicitamente se desconfia que o anúncio é do PSDB, mas quem o assiste pensa se tratar de uma tentativa da revista de avisar à população mineira sobre o passado do candidato atingido. Ora, no que a opinião da Revista Isto É deveria ser usada como referência na escolha que um eleitor vá fazer? Por que razão? Acaso se trata de um órgão de imprensa oficial? Sequer livre se trata. É um desses casos de veículo de informação comprometido com o patrocínio para escrever suas matérias. Usariam o nome da Veja se esta já não estivesse com a integridade tão queimada. Aliás, nos dias de hoje, quem lê ou visita o site da Isto É? Se deixar levar por denúncias contra um administrador público por causa desse tipo de jogada que o Tribunal Eleitoral permite é ser bastante ingênuo.

A gente sabe que não existe imprensa livre no Brasil. Os veículos de comunicação são de origem estrangeira ou são mantidos por grupos empresariais que destinam verbas para que jornais e revistas impressos, telejornais, radiojornais ou sites consigam funcionar, pagar os salários e auferir lucro aos proprietários quando não são eles próprios os donos. Logo: ficar fora de confiar no que desinformam esses organismos ou a outra facção deles, os institutos de pesquisa, é imperativo para o eleitor que quer votar conscientemente. É melhor buscar informação nas páginas pessoais ou nos comitês de campanha de cada concorrente aos cargos públicos. Eles também podem enganar você, mas o compromisso que têm é muito maior. Que compromisso com a inverdade propagada implícita ou explicitamente que a imprensa tem no Brasil?

Hoje é o dia seguinte ao debate dos presidenciáveis na TV Record. Em um de seus telejornais matinais, a emissora veiculou a informação sobre a repercussão do evento. Conforme a tevê do Edir Macedo, a mídia nacional e internacional noticiou a Dilma a cometer falhas em seus argumentos sobre uma série de questões e enalteceu Marina Silva, dentre todos os presidenciáveis, como a grande argumentadora do debate. Lembrei-me, na hora, das acusações que existem de estar Marina Silva concubinada com os grandes banqueiros do mundo e de que o empresário da religião, dono da emissora de tevê, tem lá suas preocupações capitalistas para com a vitória do PT nas urnas. Uma delas pode ser a propagação do ateísmo, que ameaça reduzir consideravelmente a arrecadação do grande homem de Deus. Dá para dar fé ao que veiculou o grupo de comunicação que possibilitou o debate ou os outros que repercutiram o engodo? Só dá, para quem enxerga a tática empregada, para decidir o voto: Dilma na cabeça.

A mídia nacional/internacional é inimiga do povo, tende a fazê-lo cometer erros de julgamento e escolhas erradas. Ela se vende para isso, não é mesmo? Quem essa mídia protege não presta e quem ela ataca é que merece ser pelo menos analisado com olhos fora do campo midiático.

A imprensa internacional é contra a Dilma, pois ela fere os interesses de seus representados capitalistas. Implica a dizer: fere os próprios interesses dessa imprensa, pois são seus representados que pagam as suas contas. A nacional é pior ainda, pois é mantida por esses grupos ou é capacha deles. Tal qual um cão covarde, enfia o rabo entre as pernas, faz o que manda o dono e diz ao povo que se foda. Não devemos deixar que os interesses dos grupos internacionais que fazem aumentar a pobreza do Brasil sob a alcunha enganosa de progresso saiam vitoriosos. Votemos contra eles. Votemos contra a entrega da Amazônia, a perda de soberania do país e a escravização sócio-financeira dos brasileiros.

Para mim é evidente que esses grupos internacionais investem no Aécio e na Marina, mas cabe a você fazer suas próprias investigações se quiser compactuar com a minha observação. Talvez esses investidores da ditadura econômica no mundo patrocinem também candidatos menores. Os tira-votos de gente boa citados lá no alto deste texto. A única que parece ser claro de eles não apoiarem é a Dilma (Parece: também não se tira conclusão sem investigação pessoal). É por isso que fazem tanto estardalhaço negativo a seu respeito nos grupos de imprensa que eles são proprietários. Os órgãos que aparecem e que não sofrem rejeição ou intervenção de qualquer tipo devido ao grande trabalho de marketing e de engenharia social que fazem com o público para aceitá-los.

Certa vez, para tentar fracassar o Governo Lula, a elite governante brasileira, dona das vagas de emprego do setor privado, forjou o desemprego não admitindo os membros da classe operária, alegando crise financeira no setor. Crise financeira? Eles que são donos dos bancos e dos grandes negócios sempre fazem uma quando têm um propósito? O setor público não podia empregar, pois o PSDB privatizou as empresas estatais criadas no Governo Militar. A fórmula que beneficiava banqueiros e outros grupos nacionais e internacionais armara um cerco contra uma administração socialista. O trabalhador foi maltratado e o eleitor foi feito de otário pensando mal do Governo e já se preparando para depô-lo. Eis que Lula foi à forra e criou o Bolsa Família e outros benefícios sociais. Isso foi o mesmo que ele dizer: "Vocês não empregam, mas com o dinheiro de algum recolhimento que vocês são obrigados a pagar para o Governo eu faço o povo comer". E a moeda virou de mão. O emprego reapareceu e aí o povo é que não quis saber de "trabalhar para filho da puta de empresário e gangster nenhum". Para ter seus projetos aprovados, o PT precisou de um sistema em que o político que votasse a favor fosse comissionado. Eis, então, o surgimento do Mensalão. Por propina político faz qualquer coisa. Até ir contra os interesses daqueles que eles representam e ir a favor do povo.

Reza a boca pequena, composta, até, por médios empresários, que a versão desses fatos narrados no parágrafo acima é essa. Mas, não é a que você conhece, não é mesmo? E não pode ser a verdade se não saiu assim na mídia, pode? É o que este post quer que você entenda antes de decidir seu voto. A mídia coloca tudo para ser entendido de tal forma, mas, quem quer votar consciente tem que ir muito além do Cidadão Kane.

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