Acordei e fui pra escola. Né? E até que entrei bonitinho na sala de aula.
Respondi a chamada,
ganhei presente na caderneta... maior caxião...
prestei atenção no quadro negro (que era verde)
e braviamente fui até ele escrever as palavras do "ditado" que a professora ordenou.
Taí a prova, ó, ninguém pode dizer que é montagem. Escrevendo com giz colorido e tudo...
Taí a prova, ó, ninguém pode dizer que é montagem. Escrevendo com giz colorido e tudo...
Na hora do recreio, os meninos no pátio da escola brincavam de Montinho.
Mas, como eu era comportadinho e sabia que os bedéis acabavam com essa brincadeira rapidinho, preferi entrar no Ranca.
E sem bola. Os caras arrumaram um frasco de desodorante Van Ess.
É que essa brincadeira também é malquista pelos bedéis. Então, um dos meninos deu a ideia de brincarmos de Pegador de Bóia. Todo mundo fez o tinino e concordou.
O mesmo cara levantou a palma da mão e gritou que quem colocasse o dedo embaixo por último ia ser o pegador.
Aí é assim: o cara era o maior da turma. Levantou lá no altão a mão. Eu o mais baixinho. Cheguei em primeiro, mas ele ficou dificultando pra eu não conseguir encostar o dedo na palma da mão dele. Acho que ele queria que eu fosse o pegador. Então, falei que o recreio já estava acabando e disse que não ia brincar. Os caras foram e me fizeram isto:
Sabe o que é, né? Super indelicado.
Eu simplesmente ignorei, vi que passava por ali a menina que eu tava afim dela, estiquei um barbante e chamei ela pra brincar de Cama de Gato. Ela adorava! Ela parou a mão e começou a tirar das minhas o barbante.
Eu simplesmente ignorei, vi que passava por ali a menina que eu tava afim dela, estiquei um barbante e chamei ela pra brincar de Cama de Gato. Ela adorava! Ela parou a mão e começou a tirar das minhas o barbante.
Aprende aí:
Os caras ficaram revoltados. Toma, tio! Mandei pra eles.
Pena que deu hora de ir embora. E naquela tarde eu ia ter que ir na bica com minha tia pra ajudar ela a levar a roupa que ela ia lavar lá.
Passei correndo em casa, troquei de roupa e peguei pra ela as caixas de sabão em pó.
Ganhei um puxão de orelha enquanto minha tia dizia: "Não aprende mesmo! É sabão de côco em barra."
E aí fomos. Lá chegando, enquanto ela junto com as outras lavadeiras lavavam roupas
E colocavam pra secar
eu e os meninos das outras lavadeiras íamos brincar de um monte de coisa.
E uma das meninas canguetou a gente pra mãe dela. Aí, ó, não teve menino que não teve que enfrentar uma situação aterrorizadora desta:
Linda esta postagem, não? Mostre para seus filhos, netos, bisnetos. A gente era feliz e sabia. O que a gente não sabia é que a felicidade acabaria quando a gente crescesse. Do contrário, não cresceríamos.
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