segunda-feira, 8 de agosto de 2011

É preciso saber beber (Pt. 2)

"Chegou a turma do funil/Todo mundo bebe mas ninguém dorme no ponto/Nós é que bebemos e eles é que ficam tontos"
"A turma do funil". Miucha e Tom Jobim.

E então, pronto para continuar o curso? Se você perdeu a primeira aula, tá aqui o link. Mas não acostuma hein, se não vais tomar bomba!


Bem, quando não há mesmo jeito e o camarada decide que vai tomar uma, um dos primeiros cuidados que ele deve ter é escolher o tipo de bebida que irá consumir. Há um grande número de variedades de bebidas alcoólicas, elas variam quanto ao teor de álcool, ingredientes, processo de produção (se fermentada ou se destilada), dentre outras coisas. Vamos citar algumas: cerveja, rum, cachaça (também conhecida como pinga e há quem diga que a tequila também deva entrar como sinônimo desta variedade), vinho, vodka, gim, conhaque, whisky, espumantes, champanhas, vermouth. Partindo de algumas destas nascem os licores, os coquetéis, o rabo-de-galo, a caipirinha, a caipiríssima, a caipiroska e os estraga-prazeres que são aquelas misturas que geralmente jovens iniciantes gostam de fazer, que nem o tal do "calcinha de nylon", o tal do "capeta" ou a tal da "caipifruta".

Bem, não vamos gastar muito tempo informando nomes de todas as variedades, né? Vamos nos ater, agora, àquela que normalmente é a descabaçadora da maioria dos bebentes: a cerveja. Bebida fermentada, produzida à partir de cereais, de baixo a médio teor alcoólico, muito bem aceita pelos consumidores, menina-dos-olhos dos donos de botecos, também chamada de loura, apesar de existir cerveja de outras cores,. cerva, gelada e o que mais se der na telha de chamar ao pedir para o garçon (comandante, capitão, tio, brother, camarada, chefia, amigão como diz a música do Skank). Por falar em Skank, a última cerveja que se toma em uma jornada tem nome específico, que é o título da canção de onde extraí o texto aí em parênteses: saideira. E esta última cerveja costuma demorar, viu! Já ouvi falar de recorde de saideira!

A cerveja também tem sua história, que desde o início já marcava seus bebedores ilustres (Clique para ler esta história se tiveres a fim!).  Tem clubes de apreciadores e fabricantes caseiros, afinal, não é só tomar, fazer cerveja também é prazeroso (Saiba sobre isto se tiveres gostado da idéia: http://www.cervejaartesanal.com.br/).

E cerveja não é assim, sair tomando qualquer uma não, tem classificação.

 Clique para ampliar se tiver ruim de ler!

Esta classificação varia de lugar para lugar, sendo que a número 1 em determinado lugar pode ser uma das últimas na preferência dos apreciadores de cerveja de outro. Varia também de freguês a freguês, cada um faz e descreve sua lista. Num mesmo bar onde se bebe mais determinada marca pode haver quem prefira a menos prestigiada, por isto tem-se que ter todas as marcas em um boteco que se preze.

Mas o hino para se cantar antes da rodada começar é sempre o mesmo:

Oh que belos companheiros/Como viram tão ligeiro/
Se és covarde/Saia da mesa/Porque a nossa empresa/
Requer valor/Primeira bateria vira vira vira, vira vira vira... virou!

E tomar cerveja é quase uma religião pois tem salmo e oração:

(Era muito comum encontrar este texto em alguma das paredes dos botecos)
Clique para ampliar!

e versão de músicas religiosas para cantar no meio da baderna que acontece na cozinha do ônibus durante uma romaria.
            D
Esta viagem será abençoada,
                 A
porque o Senhor vai derramá-la sobre mim.
                D
Esta viagem será abençoada,
                 A
porque o Senhor vai derramá-la sobre mim.
 
      G                      D 
Dê Brahma oh Senhor, dê Brahma oh Senhor,
A                      D 
dê Brahma porque a Kaiser acabou
      G                      D
Dê Brahma oh Senhor, dê Brahma oh Senhor,
A                      D  
dê Brahma porque a Kaiser acabou  

que até as beatas caiam de rir porque no fundo, no fundo a turma do funil era a primeira a entrar na igreja, conhecer o padre e já começar as penitências.

A cerveja também serve para medir o status do dono de uma festa. Se você ouvir “estão soltando só  a Americana, mas eu vi umas Skol lá no freezer” é porque o cara não teve grana para comprar só a marca de elite e tem a intenção de fazer o povo desistir logo da festa e ir embora para ele passar menos vergonha. Ah... e nessas situações tem sempre a turminha da panelinha que fica tomando a boa num cantinho escondidinho da casa, com direito a pratinho de comida.

Mas isto ainda pode piorar: se o dono da festa não teve grana nem pra um engradado da segunda marca. Você descobre isto fácil fácil se ouvir algo como: “estão amarrando a Polar para o final da festa”.

Ah... em festas assim sempre rola uma vaquinha lá pelas duas da madrugada, viu! Adivinha pra quê? Pra comprar mais cerva, é claro! “Vai todo mundo tirando uma grana aí do bolso que eu e fulano vamos lá no posto buscar mais um engradado” é o mais certo de se ouvir nessas horas!

A cerveja é presença obrigatória nas festas. Ganha disparadamente do refrigerante e sem chance para a água. Mas o forte mesmo é tomar no bar, de preferência um bem tradicional, daqueles em que você senta em cadeira de lata. No decorrer do curso vou falar do nível dos estabelecimentos que se preze para se apreciar uma boa bebida.

Agora, nada de ficar em casa, na sala, assistindo televisão e tomando cerveja. Mas, se porventura, você está com o pé inchado por causa daquele chute mal dado na bola na hora do futebol-de-salão, então, tudo bem, mas aí, procura um canal que só passe filme de faroeste e comercial de cerveja, tem cada um melhor do que o outro.

Veja mais comerciais de cerveja no Youtube: clique!
Não deixe de ver: Skol Scrotinhos, Brhama Tattoo, comerciais antigos da Malt 90,
o grande Baixinho da Kaiser, Skol Ilha Quadrada, Schincariol: Experimenta!
e outros mais.

Bem, a segunda parte do nosso cômico curso fica por aqui. Continue nos prestigiando e fique à vontade para enviar comentários usando a caixa abaixo!

E, em se tratando de bebidas, é sempre bom lembrar
BEBA MODERADAMENTE!
SE FOR DIRIGIR NUNCA BEBA!

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