domingo, 11 de maio de 2014

A gente não sabemos escolher presidente (Pt.6)

"Canções de guerra, quem sabe canções do mar. 
Canção do Big Brother, ao que vai vingar?"

FALSIDADE IDEOLÓGICA

– Para de mentir ô!
– Para também de deixar ser enganado ô!

Aqueles idos pré redemocratização eram divinos. O pessoal um pouco mais velho e ainda jovem dava os toques. Os caras que nem eu iam atrás, tendo para si como garantido que o pelotão de frente tinha sob controle todos os questionamentos e todas as respostas. Nossa conduta era confiar neles e foi o que fizemos. E eles falavam nas artes coisas como "Canções de guerra, quem sabe canções do mar; canções de amor, ao que vai vingar?", querendo dizer para gente: vamos cantar mais nossa independência do que nossa vontade de amar. Aí a gente tocava o coração deles a fim de fazer a revolução. Isso, para mim, estava certo: o amor vem depois. Amor é coisa de calmaria e não de guerra. "Primeiro vamos tomar o poder, sair do controle militar; depois vamos à forra com a democracia e amar tudo e a todos", grande balela!

Ok. Fui condescendente. O Ultraje a Rigor, do qual tirei de uma das suas músicas o título desta série, avisava que estávamos sendo rebeldes sem causa. Penso hoje, mesmo podendo não ser o que eles queriam dizer, que diziam: "Olha, não há tanta falta de liberdade assim, o que há é excesso de ordem. Estão querendo acabar com essa ordem e isso não quer dizer que haverá mais liberdade ou que a liberdade sem ordem será uma boa". E esse sujeito, "Estão", remetia aos afoitos ex-guerrilheiros que queriam que queriam ganhar o trono brasilis. Hoje eles estão sentados nele, fazendo a farra e cada vez mais acabando com a liberdade do brasileiro. Não consigo ver qualquer pista de que querem outra coisa senão se vingar de qualquer um as supostas torturas que teriam sofrido mais do que praticado. Que diga isso melhor do que eu a Rachel Sheherazade, o Olavo de Carvalho, o Jair Bolsonaro e o Marcos Feliciano. Ainda é cedo para eu dizer isso, mas talvez a Globo também.

Continuando o laço com a postagem, que fala de falsidade ideológica, o RPM, que tanto nos influenciou com suas letras politizadas, pode ter nos enganado quando, precisando de dinheiro, entendo, gravou o tema do Big Brother, que é um dos facultadores da fragilidade moral do brasileiro e que o anula facilmente ao se rebelar, com causa, contra a ditadura democrática. Sim, esquisito mas é a pura verdade: ditadura democrática. Isso que temos assistido nos noticiários atrelados da imprensa ou nos livres de qualquer obrigação pelas redes sociais e que nos assombra continuar sendo noticiado por mais tempo é ditadura dentro de uma democracia. Antes a privataria tucana do que esse vermelhismo irresponsável. Que de socialismo não tem sequer a ideologia. 

Estou aqui falando de anos 1980, mas naquele tempo eu era completamente alienado pela esquerda. Eu era socialista sim. Não vou mentir. Mas este governo que está aí me faz arrepender amargamente de ter dado moral para essas ideias. Eu também quero, neste blog, apresentar nota de arrependimento. Prefiro mil vezes o regime militar que vivi. E tem mais gente que antes virou ícone da rebelião contra o sistema militar que hoje faz discurso parecido. Na fila estão Lobão e Geraldo Vandré. No caso deles: depoimentos bastante consistentes e fazendo comparações. Quem disser que há mais liberdade hoje do que naqueles tempos não viveu a época. Vale-se de informação falsa tendenciosa e goza, sem sair porra nenhuma, com o pau dos outros. 

Antigamente não se fazia péssimos negócios por debaixo dos panos e nem se entregava o emprego ou as empresas do país para gente que sequer tem tamanho ou mesmo democracia em seu território. O que estamos ganhando? Os militares nos defendiam desses caras. Eles tinham mais condições de saber o que queriam os anarquistas realmente do que nós crianças e adolescentes da época. Temos que agradecer a eles a redemocratização que está indo para o fundo do poço. Eu engulo o orgulho, admito e agradeço. E o que eles, os militares, faziam arrogantemente visava benefícios para a população. Como desmentir isso? "Faltava liberdade de imprensa e isso não é legal", alguns dizem isto. Liberdade de imprensa faltou, escancaradamente, foi para a Sheherazade há alguns meses e quase que o SBT foi para o saco. Quase tiraram o único sopro da real opinião do povo contra essa bandalheira. E depois, se a imprensa era suprimida pelos militares, como é que chegaram tanta informação para nós? A maioria delas registradas em arquivos de jornais, de programas de rádio e de televisão que, pasme, foram às bancas ou ao ar. Os historiadores é que não foram honestos e retrataram a história da forma que quiseram. De acordo com o seu partido.

Eu sei que o comunismo que Marx e Engels idealizaram nunca saiu do papel, o que me consola de ter um dia respirado essa tendência é isso. Olha que babaquice: só de haver nações ou estados já não é o que eles projetaram. Ditadura proletária não traz igualdade social. Castrismo menos ainda. E o que querem desde de 1964 esses que estão aí é isso. Sem contar que igualdade sem democracia não existe. E badernocracia ou olocracia também não é democracia. É o caos. Quem quer viver nisso? Me espanta saber que o MST tem subsídio do Governo para existir. Devia pelo menos mudar a sigla, já que não é mais sem terra. Ou será que vão permanecer sem terra para fazer jus ao ganho? É que nem o Bolsa Família ou o Pro-Uni é? Se melhorar de situação acaba o benefício, sendo melhor então ficar na mesma. É subsidio eleitoral continuar visto como sem terra em vez de invasores compromissados com nenhuma reforma agrária?

Bem, de falsidade ideológica estamos fartos. Viu aí que teve para todos os lados? Resta visualizar qual delas defende mais nossa soberania e nossa liberdade. Em meses já, teremos que decidir quem por na liderança da nação. Eu sou a favor de não dar continuidade ao que é claro não trazer benefício atual e menos ainda futuro. O melhor é sangue novo. Quem nunca geriu pode gerir melhor. Se trair de novo, se manifestar mais uma falsidade ideológica, pelo menos é mais fácil o impeachment. O fato é que no Brasil nunca teve uma revolução e a chance de fazer isso é agora. O cara que um dia sem eu saber muito sobre ele foi meu ídolo, Che Guevara, deixou uma frase que considero ainda inabalável: "Revolução é quando o extraordinário se transforma no corriqueiro". Perfeito. Pena que os caras que estão aí, que dizem o seguir, não entendem assim. É, porque corrupção e autoritarismo é corriqueiro desde de sempre. Temos que dar a vez à verdadeira liberdade popular, à ética convivendo com essa liberdade, à transparência no Governo, ao povo feliz com o seu governo, ao crescimento sustentável da nação. Quando vimos isso? Então, essa é a hora. Eleger um presidente que possa nos encaminhar para essa utopia, cujo perfil o engane caso deseje permanecer no poder sem que o povo queira, afinal, político não pode ter tanto poder, já é um começo. E quando penso nisso de cara eu descarto qualquer possibilidade de reeleição. Mesmo que volte o PSDB, mas reeleição não. Já nos desfila diariamente a impossibilidade de chegarmos a algum progresso social, para que vamos cometer de novo esse erro?

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