Vendedores passavam vendendo de porta em porta.
A ideologia minimalista abrange vários pontos cruciais para a sociedade moderna. O consumismo é o mais atacado. Afinal, o que leva uma pessoa, num primeiro momento, ao ideal minimalista é o inconformismo com a sua condição social incompatível com a pregada pelo consumismo.
Sentir-se não funcionando ou fracassado dentro da sociedade é algo que pode levar à desagregação, à mendicância, à loucura, ao crime. E muitas vezes a pessoa que se sente nesse estado é provida de mais do que o suficiente para viver uma vida com qualidade.
Os enlatados, ensacados ou engarrafados não perdem importância no modo de vida minimalista, mas, a necessidade de consumo deles extingue os produtos sem importância. O minimalismo não deixa espaço para a obsolescência planejada, que é a prática da indústria de priorizar - e forçar - a imprestabilidade em curto prazo de certos produtos, obrigando nova compra do mesmo ou troca por modelo repaginado. A Moda também sofre ataque a filosofia que sustenta a instituição comportamental.
Logo, a futilidade é que determina para o indivíduo médio dentro de uma sociedade consumista a sua contentação em compô-la, o interesse em funcionar de modo a mantê-la com as características lhe peculiar, o de permanecer nela e o de militar em favor da propagação do tipo de sociedade que lhe satisfaz o ego, concebendo-se ideal imperialista, que oportunistas poderosos irão explorar politicamente em seu próprio benefício, o que atrai decisões que também geram o inconformismo minimalista que são as guerras militares ou a engenharia social em pró de colonização - ou escravismo cultural.
Conforme essa determinação, encher-se de coisas materiais é imperativo. Abundância de pertences, culto à tecnologias que facilitam tarefas cotidianas ou que provêm comunicação sem limites geográficos, culto ao entretenimento constante e abducente estão entre as importâncias que perfazem a personalidade do indivíduo fora do conceito minimalista.
O sentimento de tédio e de incontentação com o presente, que exige que se esteja sempre a querer conquistar coisas novas e faz o ego querer ser notado pelos demais da sociedade como pessoa que funciona dentro dela, aparece para instigar a concluir se não se está a perder o tempo de existir com mais qualidade ao estar a aderir um jeito fútil de se viver. Ver esse tempo passar muito rápido aquece essa conclusão.
E mais: A inevitável escassez de espaço para armazenar pertences, que remete à constatação de que o próprio planeta não é capaz de garantir espaço por muito tempo se o modo de vida que o explora selvagemente for desejado por todos do globo terrestre, junto com a percepção de se estar a envelhecer e de que o advento da morte é insolúvel e que após sua chegada tudo o que se conquistou em vida terá o destino separado do espírito do conquistador e esse destino só será conhecido por quem fica produzem a epifania que cria o desejo de dar de mão do modo de vida consumista e de buscar um estilo de existência menos materialista. Não é à toa que os minimalistas são indivíduos mais velhos.
E assim, se dá a busca por viver em lugares campestres; em comunidades que cultuam a convivência direta entre si em vez de intermediada por aparatos tecnológicos; pelo consumo de alimentação orgânica e água sem sais químicos para suposto saneamento; pela agricultura; pelo veganismo - que implica também na questão geoespacial; pelo trabalho autônomo; pelo uso de moeda pessoal em detrimento ao dinheiro convencional; pelo entretenimento o quão possível voltado para a filosofia mecanicista; pelo uso de energia limpa e livre; pelo modo de produzir e de administrar empresas não ameaçador à ecologia e não aniquilador de empregos regulares e de artesãos; pela absorção intermitente de cultura versátil; pela nostalgia; pelo bem-estar; e por práticas que afloram a espiritualidade.
Cada atitude listada receberá postagem própria para esclarecer as vantagens desse modo de vida. Nos livros "Contos de Verão: A casa da fantasia", "Os meninos da Rua Albatroz", "Todo o mundo quer me amar" e "A magia que enriqueceu Tony" várias dessas atitudes são narradas e cortejadas. E é possível conhecê-las sendo praticadas pelas personagens dos livros.
Um comentário:
Muito bom
Postar um comentário